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Paço de Vila Viçosa, o palácio desconhecido dos reis de Portugal 

No seu testamento, em 1915, D. Manuel II fundou em Vila Viçosa um museu com todas as suas "colecções para utilidade de Portugal, minha bem amada pátria" - escreveu.

No mesmo documento cria a Escola Agrícola D. Carlos, em Vendas Novas e um fundo para apoiar instituições de beneficência. No ano a seguir à sua morte, ocorrida em 1932, é instituída a Fundação da Casa de Bragança, que começa a funcionar em 1945, sendo o Palácio Ducal recuperado e aberto ao público.

A ex-rainha D. Amélia, em entrevista a Leitão de Barros, comove-se: "Que saudades! Dizem-me que o actual ministro das obras Públicas pôs aquilo tudo como tantas vezes sonhei. É um paço soberbo e digno de uma grande família."

Pinturas de D. Carlos e Caravela de Pratas

O imóvel foi enriquecido com livros e manuscritos quinhentistas coleccionados por D. Manuel II no exílio, pinturas de D. Carlos e a caravela em prata, prenda de casamento dos monárquicos portugueses.

Na actualidade, podem visitar-se em Vila Viçosa 28 salas. A maioria do seu acervo foi adquirido entre 1948 e os nossos dias. No percurso museológico destacam-se a Sala dos Tudescos com os retratos do duques de Duprá, quatro tapeçarias flamengas, segundo cartões de Rubens, que representam a Vida de Aquiles, um tapete persa de 1587-1629, majólicas quinhentistas da península itálica e armaduras alemãs do século XVII.

Na Sala da Duquesa realçam-se os retratos dos primeiros Duques de Palmela, de John Simpson e Thomas Lawrence e um busto de D. Manuel de Simões de Almeida. Na Sala do Gigante preservam-se óleos, pasteis, desenhos e aguarelas de D. Carlos. O monarca foi, como se sabe, um destacado pintor naturalista.

Cozinhas com 600 peças oitocentistas

A Capela encontra-se decorada com telas de Carlo Maratta e Matteo Rosselli e imagens em talha dourada portuguesa. Os espaços da sala de jantar apresentam porcelanas de Limoges e da Companhia das Índias, e um centro de mesa império em bronze de autoria de Thomire.

Os aposentos reais preservam a decoração quase intacta de finais do século XIX, com sedas nas paredes, móveis de várias épocas preciosas pinturas, esculturas e fardas de D. Carlos.

As cozinhas apresentam, por sua vez, um conjunto impressionante de 600 peças oitocentistas em cobre utilizadas na confecção das refeições. Nos últimos anos abriram as secções do Tesouro (onde se inclui a cruz relicário de D. João IV em prata dourada, cristal de rocha esmaltes e 6200 pedras preciosas), as de armaria (as mais valiosas a seguir às do Museu Militar, em Lisboa), e a porcelana azul e branca da China, com 100 exemplares dos século XV a XIX. 

Portugueses desconhecem Paço de Vila Viçosa 

Nas antigas cavalariças encontra-se, por sua vez, o segundo maior conjunto de coches existente em Portugal - Das colecções de D. 

Manuel II, constituídas por milhares de peças, leiloadas pelo sobrinho-neto de D. Augusta Vitória nos anos 80 e 90, em Lisboa, Londres e Genebra, foram somente adquiridos quatro quadros de Wintherhalter, Lazlo, Frans Francken II e William Orpen.

As condecorações do derradeiro monarca, porcelanas, cristais, pratas, mobiliário fotografias, pinturas, desenhos, têxteis e a biblioteca espalharam se entre colecionadores mundiais.

O Paço Ducal de Vila Viçosa, residência-real quase desconhecido dos portugueses, é uma verdadeira jóia da coroa, evocando a história incomum de uma família que exerceu o poder dos séculos XV ao XX.

nos 80 anos de Hiroshima, mundo ignora tragédias semelhantes

"As guerras na Ucrânia e no Médio Oriente estão a contribuir para a normalização crescente das armas nucleares" afirmou o presidente da Câmara de Hiroshima ao assinalar os 80 do lançamento pelos americanos da bomba atómica  sobre a sua cidadee.

"Estes desenvolvimentos ignoram de forma flagrante as lições que a comunidade internacional deveria ter aprendido com as tragédias da história", afirmou Kazumi Matsui, junto à Cúpula da Bomba Atómica, um dos poucos edifícios que sobreviveram ao ataque nuclear.O secretário-geral da ONU enviou uma mensagem em que alerta para "o risco de conflito nuclear" que "está a aumentar" e a confiança "está a diminuir"

António Guterres aponta que "as divisões geopolítica estão a aumentar" e avisa que as armas nucleares "que trouxeram tanta devastação a Hiroshima e Nagasaki estão novamente a ser tratadas como instrumentos de coerção."

Os bombardeamentos atómicos das cidades de Hiroshima e Nagasaki por 2 aviões americanos ocorrerem em agosto de 1945. Foi o primeiro e único momento na história em que armas nucleares foram usadas em guerra e contra alvos civis.
Projeto Manhattan foi um programa de pesquisa e desenvolvimento que produziu as primeiras bombas atômicas durante a Segunda Guerra Mundial. Foi liderado pelos Estados Unidos, com o apoio do Reino Unido e Canadá. De 1940 a 1946, o projeto esteve sob a direção do major-general Leslie Groves do Corpo de Engenharia do Exército dos Estados Unidos. 


O componente do exército do projeto foi designado como Distrito Manhattan, sendo que posteriormente o termo "Manhattan" gradualmente substituiu o codinome oficial ("Desenvolvimento de materiais substitutos"). Ao longo do caminho, o programa absorveu o seu homólogo britânico, o Tube Alloys

O Projeto Manhattan começou modestamente em 1939, mas cresceu e empregou quase 130 mil pessoas e custou cerca de dois bilhões de dólares (o equivalente a cerca de 26 bilhões de dólares em 2013[1]). Mais de 90% do custo foi para a construção de fábricas e produção de materiais físseis, com menos de 10% para o desenvolvimento e produção das armas. 

A pesquisa e produção ocorreu em mais de 30 locais nos Estados Unidos, Reino Unido e Canadá.⁸ in wiki

Maguerite Duras
"Hiroshima meu amor"

Um homem e uma mulher encontram-se. Ele é japonês; ela é francesa e veio a Hiroshima para trabalhar na rodagem de um filme sobre a paz. Encontramo-los agora despidos, deitados sobre a cama de um hotel. E conversam. Ela quer que estes sejam os derradeiros momentos que passam juntos, antes de regressar a casa, no dia seguinte. Ele não a quer deixar ir. São ambos casados, com filhos e uma vida familiar relativamente feliz.
A breve aventura acontece no único lugar do mundo em que não se espera que estas coisas aconteçam. Conversam sobre Hiroshima, como se não fosse impossível falar de Hiroshima. Ambos carregam uma ferida aberta do passado, não apenas ele. A dela é a do primeiro grande amor, por um soldado alemão executado à sua frente após a libertação - a que se seguiu o calvário da tosquia e da humilhação das mulheres que se haviam deitado com o inimigo.
Este livro nasce a partir do argumento que Marguerite Duras escreveu para o filme homónimo de Alain Resnais e reaparece, agora, numa nova edição. in WOOK


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Bazófia nacional

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Bazófia nacional


Mitos como o Sebastianismo e o Velho do Restelo têm sido ultimamente, e de novo, utilizados para, distorcendo-os, atacar pessoas, ideias, comportamentos incómodos ao actual pensamento do correcto.

Empolado como desistência, como submissão, o Sebastianismo significa, pelo contrário, resiliência, esperança. Quando Padre António Vieira o formulou, a partir de quadras de Bandarra, fê-lo como elemento de resistência (revolucionário) ao domínio de Castela, depois do desastroso suicídio de D. Sebastião em Alcácer Quibir.

Resistência gerada pela imaginação, pela fé e, sobretudo, pela esperança de um povo num futuro que sonhou antes", na percepção de Natália Correia, em que continua a acreditar.

Daí Fernando Pessoa dizer que a verdadeira religião do português não é o catolicismo mas o sebastianismo. É graças a essa tão entranhada religiosidade que o País se tem aguentado vai para mil anos.

Em neblinas afins, o Velho do Restelo, destroçado por muitos pós-modernistas, tem-se visto ser transformado em reaccionário, catastrofista, passadista, fascista e demais afins, quando é uma lucidíssima criação de Camões em época de euforia colonizadora, de traficância humana, de domínio imperialista sob bênçãos de águas vaticanas.

A voz da sua personagem (a do poeta) é uma antevisão do que, séculos depois, será o inverso dos Lusíadas: o retorno cabisbaixo, decepado de um milhão de portugueses expulsos dos territórios onde os seus filhos nasceram.

Poucos perceberam, no passado e no presente, o aviso de Luiz Vaz; e poucos quiseram assinalar os 500 anos, agora volvidos, da existência do poeta - poeta que significa profeta.

Lúcido, Pacheco Pereira escreverá estarmos a esconder as palavras sábias do Velho do Restelo, a favor de uma interpretação da bazófia nacional que tem como modelo o futebol. Assim somos!

Fernando Dacosta

Não vou amontoar metatretas. O futuro da casa não se segura em pilares assim nem serve na sua mal guiada exaustão para base de café ou pires de absinto. São os livros, rapaziada. são os livros. 

Que me hei-de finar como um fitilho de páginas sepulto entre lombada e desfolhadas.

E rir do heroísmo em falta por tal feito.
foto: The Twilight Zone. 'Time Enough at Last' 1959. Burgess Meredith.

"Quem matou a Visão?"


A revista Visão acabou mas pode recomeçar facilmente com a palavra "Nova", no cabeçalho Visão. 

Tal como aconteceu com a "Nova Gente", retirada ao Expresso ("Gente") por Jacques Rodrigues, agora rico por graça da construção civil e não do jornalismo.

O problema não é pois continuar ou recomeçar. O problema é saber quem matou a Visão, coisa comparável ao livro de Agatha Christie "Crime no Expresso do Oriente", onde todos são cúmplices do crime. Há leitores para a Visão?

A Visão desceu dos 87 mil exemplares de 2013, para 26.550 em 2020. E, de então para cá, passou a ser desconhecido o número exacto de exemplares impressos.

Se número de 26.550 for fiável, nasce a pergunta: uma publicação pode sobreviver sem publicidade e com um número tão baixo, quando mais de 50 por cento do preço de capa é o custo da distribuição?

Em rigor "Quem Matou a Visão?" não foram os jornalistas que fizeram do melhor jornalismo do mundo. Foram  os portugueses que andam de beijo na boca com o tik-toks, com Fátima e com o futebol.

Comentamos com vigor os futebóis de milhões euros. largamos o couro e o cabelo em Fátima, nos bolsinhos do Bispo de Leiria do  Banco do Vaticano (IOR). Mas deixámos de comprar o que era bom: a Visão!

E o recém dono da Visão, Luís Delgado é o único inocente nesta história, porque aceitou uma cabazada de publicações de Balsemão, como se fosse uma missão possível, sabendo que estava a comprar ruínas.

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"Visão uma batalha perdida?"


A revista Visão e em geral a Imprensa vão ficar na história de Portugal como o quinto grande esbanjamento dos últimos 5 séculos.

Primeiro foram os Descobrimentos (só restou o Mosteiro dos Jerónimos). Depois foi o Ouro do Brasil (só ficou o Mosteiro de Alcobaça). Mais recente, foram a Febre do Volfrâmio e a corrida dos diamantes da Diamang (tudo derretido).

Por último, seguiram-se os milhões dos Fundos Sociais Europeus.

Destas 4 enxurradas de bens e notas de crédito, desapareceu tudo e sem rasto.

E agora? Agora estamos alegremente a matar a Imprensa, o melhor investimento destes últimos 50 anos e o mais precioso capital de um país: a palavra escrita. Esbanjamos tudo, alegremente.

José Ramos e Ramos

O Holocasto do Povo Palestino

menina de 8 anos carrega irmã doente em busca de auxílio

A Alemanha juntou-se ao Reino Unido, França e Canadá no reconhecimento oficial do Estado da Palestina.  A formalização ocorrerá em Setembro na abertura dos trabalhos da Organização das Nações Unidas. Espanha e Irlanda já reconheceram a Palestina como estado soberano.

Os cartoonistas  da América em sarilhos

Almas bovinas acomodadas à matéria