A coincidência do juiz!

Por obra e graça de uma entrevista ao juiz Carlos Alexandre, descobri que a vida e a Justiça se resumem a dois títulos de livros de Gabriel Garcia Marquez. 

Perguntei-lhe: sente-se "Um General em seu Labirinto"?  Mas ele disse sentir-se mais na pele de "O Náufrago". A entrevista versava um computador que sorteara um processo sobre um ex primeiro-ministro preso por este super-juiz.

E as coincidências? A sua única falta, em décadas de trabalho, aconteceu no preciso dia do tal sorteio."Se tinha de ser naquele dia, foi naquele dia!"  - respondeu. O processo-Marquês foi entregue a outro juiz, alegamente seu adversário.

Gabriel Garcia Marquez tem também um outro titulo que pode ser um infeliz remate: "História de uma Morte Anunciada". Mas numa versão portuguesa, não será Nassar a morrer. A vítima será a Liberdade devolvida aos Portugueses há 50 anos.                                                                                  José Ramos e Ramos

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Um romance 

para Graham Greene...

O dinheiro emprestado peos EUA à Ucránia, 80% nunca sairam dos EUA.

Foram usados para fabricar material bélico enviado depois para a Ucrânia. Esse dinheiro serviu para criar milhares de empregos e dar "gás" a economia americana.

O extraordinário Zelensky poderia ter transformado o miserável episódio da Sala Oval num prime stream da Netflix, mas falhou. Foi Macron quem esclareceu a verdade das ajudas americanas!

Faltou-lhe o calo de muitos anos de discussões diplomáticas e de serviços secretos de Graham Greene, aflorados em "O Nosso Agente em Havana"; e que John Le Carré tornou num "remake" em " O Alfaiate do Panamá".

Ou estão não quis esclarecer os agressores: os 500 mil milões de dólares que a América "emprestou" à Ucránia, 80% nunca sairam dos EUA.

DINHEIRO OFERECIDO PARA A GUERRA

É USADO PARA DESENVOLVER

A ECONOMIA AMERICANA

Foram usados para fabricar material bélico enviado depois para a Ucrânia. Esse dinheiro serviu para criar milhares de empregos e dar "gás" a economia americana.

Desde 1914, a América tem usado as guerras para prosperar à conta do mundo livre.

O maior embuste foi o "Plano Marshall" de ajuda à Europa após a II Grande Guerra Mundial. Foram tiras de papel, porque na altura não existiam computadores para escrever e apagar números ficticios.  Afinal o chico-espertice tem sido fomentar guerras para alimentar o sonho americano.

E até "o mais santo de todos os presidentes dos EUA", o senhor Obama, incendiou a Tunisia, ateou fogo ao Egipto, tornou a Libia num estado pária e deu o tiro de partida para arrasar a Siria, não deixando pedra sobre pedra sobre pedra, a mando dos judeus Rothschild - diz-se.

Agora serviram-se da Ucrânia para reavivar a indústria americana e sacar - a troco de nada - metais raros.

É importante ler "A Boneca de Luxo" de Trumam Capote para ver o reverso do sonho americano: são 25 milhões a viver na rua e a morrer à porta dos hospitais.              JRR

CAMÕES SUBVERSOR

Jorge de Sena foi, entre nós, quem melhor compreendeu Camões - o que não tem sucedido com alguns dos biógrafos e divulgadores da sua obra. Por interesses, por ingenuidades, por preconceitos engendraram-se à volta do poeta lendas estapafúrdias (devasso, brigão, machista, inperealista, bajulador - o que em certas alturas foi), desvalorizando a sua profunda cultura, cultura caldeada pelos clássicos, pelos marginalizados, pelos subversores, pelos sofredores.

Ousadíssimo, Luis Vaz assumiu nos sonetos alturas únicas entre nós, como nos dedicados ao jovem 

D. Manuel de Noronha  ('Alma minha gentil que partiste..."), morto no norte de África, e de quem fora perceptor; em época de Inquisição incluiu nos Lusíadas o episódio da Ilha dos Amores, hino à liberdade, à sensualidade, de um paganismo fracturante; em fase de delírio nacionalista criou a personagem do Velho do Restelo, voz dos que (ele próprio) avisavam ser problemática a expansão aberta pelo Descobrimentos.

Os colonialistas, se não se retiram a tempo, acabam expulsos e colonizados. Viu-se.                 F.D.

O pópó enfiado em casa

foi chiquérrimo ter uma casa com um popó, enfiado... em casa.

O Bentley do senhor e o Mercedes Sedan da senhora tinham quarto com porta própria.Ao lado dançava-se foxtrot e os miúdos dançariam depois yé-yé para mostrar as máquinas às amigas.

Nas soirėe lia-se António Couto Viana. Mas O'Neil e Natália Correia nem pensar! E o elétrico já passava à porta. 

Era cómodo mas era para o povo que não tinha pópó. 

O consumo e, mais tarde, a Liberdade deram ao povo dinheiro e o povo também comprou popós. E os senhores? Abalaram nos seus popós para para sítios


cada vez longe do povo-com-popós. E povo? Foi morar para longe porque assim podia ter casa e popó. E agora? 

Agora há popós por todo o lado e casas... abandonadas em quase todas as ruas centrais e nobres das cidades. E o foxtrot? Tornou-se nome de bar de Lisboa onde se dança tango. 

Mas os senhores já não dançam. Já não estão... deixaram para sempre os seus popós e a belíssima casa em ruínas. António Couto Viana também se sumiu. Ficaram O'Neil e Natália Correia.           

              Jose Ramos e Ramos

Jornais em saldo


Cristiano Ronaldo comprou o jornal mais lido de Portugal ao preço de um automóvel. Aconteceu meses de atirar o microfone de um jornalista desse jornal-TV, a um lago.

3 linhas dizem tudo sobre a saúde da Imprensa portuguesa.

E qual é a posição dos jornalistas? Também ajudam à festa, por exemplo, interrompem uma entrevista numa TV, para dar em "directo" a chegada de um treinador de futebol ao aeroporto de Lisboa.

E os repórteres? Fazem jornalismo-de-precaução, disse e bem Batista Bastos.".


E os políticos? Esses põe no Panteão um jogador futebol, ao lado de Eça de Queirós.

E os directores das TVs? Esses empenham-se em impingir políticos como se fossem comentadores. E dormem colados aos telefones vermelhos ligados aos Tribunais e ao Ministério Público. Dizem tratarem-se de "investigação jornalística!"

E os autarcas ajudam? Oh! Pulverizam as cidades, impedindo a distribuição dos jornaisE os repórteres? Fazem jornalismo-de-precaução, disse e bem Batista Bastos.

E então? Venha um cervejola e Viva o Ronaldo: regressámos (mais velhos) ao ano de 1973! 

José Ramos e Ramos

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A injecção

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Tenho um amigo forte, instruído, dono de uma grande empresa no Norte, que vê o futebol e a política como um atraso de 50 anos: fecha olhos à falta muito grave e apoia o sempre o Benfica, o Porto ou o Sporting.

É o verdadeiro Moço de "A Farsa de Inês Pereira" de Gil Vicente, com 500 anos. Igual ao nosso início há 800 anos, com o filho a bater na mãe.

Crónica de olho no dia!

Temos este ADN de escorregar para o pior. Nos últimos 25 anos fomos infernizados por: o Arrogante, o Santo, o Cerne, o Sempre-em-festa, o Pimpão, o Europeu e agora estamos no Consultor Imobiliário. Descemos muito.

Contra este excesso de besuntaria. E ponhamos já os rabos em riste, para levar a injecção miraculosa dos diabetes contra a gordura. Que é o novel apanágio do meu amigo gordo.                  JB


Mandar os velhos para as montanhas?


A escolha, pelo Bloco de Esquerda, de alguns dos seus principais fundadores , Francisco Louçã,

Luís Fazenda, Fernando Rosas, como cabeças de listas nas próximas eleições está a provocar crítica enxovalhantes por  parte de vários comentadores. Não por questões ideológicas (naturais) mas por preconceitos (lamentáveis) de idade. 

A despromoção, a discriminação dos idosos volta, assim, a ser legitimada, fomentada por posturas de crescentes retrocessos culturais e sociais.

Ora "o envelhecimento biológico não significa só por si diminuição de capacidades", sublinhava o prof. Almerindo Lessa, um dos mais notáveis gerontologistas portugueses, "significa apenas, se não houver doenças graves, um abrandamento na velocidade do raciocínio, como quando num automóvel passamos da quinta para a quarta velocidade". 

Até porque ele proporciona patrimónios de vivências, de conhecimentos valiosíssimos, verdadeiramente únicos; até porque hoje envelhece-se menos e mais devagar. 

A maior parte dos inventos patenteados são, note-se, de pessoas idosas. José Saramago ganhou, octogenário, o Nobel , Manoel de Oliveira filmou, centenário, obras de referência. 

É estranha, por isso, a obrigatoriedade de impor reformas a partir dos 70 anos, sobretudo a profissionais altamente especializados, em plena forma física e intelectual; igualmente estranho é ver a idade ser transformada em arremeço contra políticos - fizeram isso com Mário Soares (foi indecente), fazem isso com os conselheiros de Estado ("jarretas", "ultrapassados", "fora da realidade" lhes chamam), repetem-no, agora, com o Bloco de Esquerda.

Será que querem mandar os velhos para as montanhas?

Fernando Dacosta

É surpreendente o à vontade com que certos instalados falam, e decidem, sobre a obrigação dos jovens em defendê-los, defende-los a si, aos seus interesses, às suas ideologias, às suas consciências. Veja-se a insensibilidade de alguns (algumas) a comentarem nas tvs estratégias de guerras em curso.

O normalizar os jovens no matar, no serem mortos, estropiados, usados não parece estremece-los; são apenas danos colaterais, dizem – e há quem o diga a sorrir.

Empedernidos por egoísmos e subterfúgios, manipulações e coacções, dispomos dos outros, incluindo os filhos, como objectos sem vontade, sem sentimentos, sem angústias, sem vida. Imolados, afastamo-los, viris, entre hipocrisias, entre medalhas - até à próxima, mais carnívora e brutal, guerra espectáculo.

Aspergido por igrejas, ideologias, culturas, o filicídio encenou-se, acreditou-se altruísmo. Os longos subterfúgios costumam, porém, significar curtas leituras, curtas memórias. 

Daí esquecermos que, às vezes, as vítimas, recusando sê-lo, se viram aos algozes e, ou os aniquilam, ou os substituem. Depois tudo volta, convencionalmente, conformadamente ao mesmo.           F. D.  

Liberdade e Opinião, eis a questão!

Um jovem de 14 anos, um líder partidário e um primeiro ministro sofreram, quase na mesma altura, percalços por questões de liberdade de expressão.

O jovem, morador em Cascais, foi violentamente agredido por quatro outros jovens devido à publicação, no seu perfil social, de conteúdos desagradáveis aos agressores; o líder partidário (Paulo Raimundo, do PCP) achou-se ofendido por José Rodrigues dos Santos (excelente jornalista) o haver desfeitiado numa entrevista à RTP; o primeiro ministro (Luís Montenegro, do actual Governo) por ter sido insinuado cúmplice em corrupções, ao nível de José Sócrates, pelo Chega.

Os limites de liberdade de opinião e expressão veem-se, assim, questionados por situações diversas, adversas, que a justiça terá, por certo, engulhos no decidi-las. 

À excepção do jovem (repugnante a brutalidade sofrida!), os outros tornam difícil encontrarem apoios pois não é pela repressão que se lida com a opinião, mesmo quando (sobretudo) ela é discutível. 

Paulo Raimundo e Luís Montenegro deviam responder, se possível com humor, sempre possível, ao desconforto sentido. As ideias não se combatem com força, enfrentam-se com ideias - inteligentes.

                                                                  Fernando Dacosta